quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rio + 20



Rio+20
      A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, será realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.
      A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
      A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009.
      O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.
       A Conferência terá dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
      A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência.
      Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados eventos com a sociedade civil. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual é esperada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas.

Os preparativos para a Conferência
      A Resolução 64/236 da Assembleia-Geral das Nações Unidas determinou a realização da Conferência, seu objetivo e seus temas, além de estabelecer a programação das reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”).
      O Comitê vem realizando sessões anuais desde 2010, além de “reuniões intersessionais”, importantes para dar encaminhamento às negociações.
      Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado “encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da Rio+20.
     O processo preparatório é conduzido pelo Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha Zukang, da China.
      O Secretariado da Conferência conta ainda com dois Coordenadores-Executivos, a Senhora Elizabeth Thompson, ex-Ministra de Energia e Meio Ambiente de Barbados, e o Senhor Brice Lalonde, ex-Ministro do Meio Ambiente da França.
      Os preparativos são complementados pela Mesa Diretora da Rio+20, que se reúne com regularidade em Nova York e decide sobre questões relativas à organização do evento.
      Fazem parte da Mesa Diretora representantes dos cinco grupos regionais da ONU, com a co-presidência do Embaixador Kim Sook, da Coréia do Sul, e do Embaixador John Ashe, de Antígua e Barbuda. O Brasil, na qualidade de país-sede da Conferência, também está representado na Mesa Diretora.
      Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas contribuições, o Secretariado preparará um texto-base para a Rio+20, chamado “zero draft” (“minuta zero” em inglês), o qual será negociado em reuniões ao longo do primeiro semestre de 2012.

Histórico
Estocolmo 1972
• Realizada há quarenta anos, a Conferência de Estocolmo representou o primeiro grande
passo em busca da superação dos problemas ambientais. Até então, era comum pensar que os recursos naturais eram inesgotáveis e que a Terra suportaria toda ação humana. Foi somente a partir da reunião de Estocolmo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que a temática ambiental passou a integrar a agenda política internacional.
• A poluição crescente da água e do ar, a ameaça de extinção de espécies da fauna e da flora e os cada vez mais comuns acidentes ambientais, como o que ocorreu na usina nuclear russa de Tcheliabinski em 1957 (contaminando cerca de 250 mil pessoas), ajudaram a sociedade civil e os governantes a desenvolver a consciência ambiental que impulsionou a realização da Conferência. Foi na capital sueca que se estabeleceu o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente. Naquela ocasião, foram também estabelecidos os princípios que norteiam, até hoje, a política ambiental da maioria dos países.

Rio - 92
• Em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Rio-92, foi o maior evento realizado no âmbito das Nações Unidas até então. Delegados de 172 países e 108 chefes de Estado, além de 10 mil jornalistas e representantes de 1.400 ONGs, estiveram presentes no Riocentro, enquanto membros de sete mil ONGs e boa parte da população do Rio de Janeiro, de várias cidades do Brasil e de outras partes do mundo reuniram-se no Fórum Global, no Aterro do Flamengo.
• A Conferência do Rio consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável, proposto pelo
Relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, que buscava superar o conflito aparente entre
desenvolvimento e proteção ambiental.
• No contexto das decisões da Rio 92, estabeleceu-se a Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudança do Clima, a Convenção sobre Diversidade Biológica, a Declaração de
Princípios sobre Florestas, a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e
a Agenda 21. Dois anos depois, foi assinada a Convenção das Nações Unidas sobre Combate
à Desertificação. A Rio-92 representou, desse modo, ponto de inflexão na discussão internacional do desenvolvimento sustentável.

Rio +10
• As Nações Unidas decidiram realizar, em 2002, na África do Sul, uma Conferência para marcar os dez anos da Rio-92, analisar os resultados alcançados e indicar o caminho a ser seguido para implementação dos compromissos.
      A Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável reuniu, em Johanesburgo, mais de 100 Chefes de Estado e reafirmou metas relativas à erradicação da pobreza, à promoção da saúde, à expansão dos serviços de água e saneamento, à defesa da biodiversidade e à destinação de resíduos tóxicos e não-tóxicos.
• A agenda de debates incluiu energias renováveis e responsabilidade ambiental das empresas, bem como a necessidade de que todos os atores sociais somem esforços na promoção do desenvolvimento sustentável.

Declaração de Princípios sobre Florestas
• Garante aos Estados o direito soberano de aproveitar suas florestas de modo sustentável, de acordo com suas necessidades de desenvolvimento.
• Em 1995, foi criado o Painel Intergovernamental sobre Florestas, e, em 1997, o Fórum Intergovernamental sobre Florestas, que culminaram com a criação, pelo ECOSOC, do Fórum sobre Florestas das Nações Unidas (UNFF), em 2000. O objetivo é promover o gerenciamento, a conservação e o desenvolvimento sustentável de todos os tipos de florestas e fortalecer compromissos políticos de longo prazo para esse fim.
• Instrumento não-vincuIante sobre todos os tipos de florestas: adotado pela Assembléia-Geral da ONU em 2007, após a UNFF7, busca fortalecer compromissos pela implementação do gerenciamento sustentável de todos os tipos de floresta; aumentar a contribuição das florestas para o cumprimento das Metas do Milênio; e prover marco de cooperação nacional e internacional.

Carta da Terra
• Como desdobramento da Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi lançada, em 1994, iniciativa da sociedade civil internacional para edição da Carta da Terra, com valores fundamentais e princípios úteis para a construção de uma sociedade justa, sustentável e pacífica no século XXI.
• O termo “desenvolvimento sustentável” foi apresentado no Relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, tendo como diretriz a ideia de um desenvolvimento “que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a habilidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades”.
• O desenvolvimento sustentável é concebido na interação entre três pilares: o pilar social, o pilar econômico e o pilar ambiental.
• Na Rio+20, assim como ocorreu na Rio-92, espera-se pensar o futuro. Além de refletir sobre as ações adotadas desde 1992, deseja-se estabelecer as principais diretrizes para orientar o
desenvolvimento sustentável pelos próximos vinte anos A Rio+20 tem o potencial de ser o mais importante evento de política internacional dos próximos anos. Será uma Conferência sobre desenvolvimento sustentável, abarcando suas dimensões econômica, social e ambiental.
• A Resolução 64/236, de 2009, da Assembléia-Geral das Nações Unidas, estabelece como objetivo da Conferência a renovação do compromisso político internacional com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação da das ações implementadas e da discussão de desafios novos e emergentes.
• As Nações Unidas definiram como temas para a Conferência:
– Economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza
– Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
•Sob o tema “economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, o desafio proposto à comunidade internacional é o de pensar um novo modelo de desenvolvimento que seja ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável. Assim, a “economia verde” deve ser uma ferramenta para o desenvolvimento sustentável. O Brasil propõe-se a facilitar as discussões, uma vez que o debate sobre o tema encontra-se em estágio inicial.
• Sob o tema da estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável, insere-se a discussão sobre a necessidade de fortalecimento do multilateralismo como instrumento legítimo para solução dos problemas globais. Busca-se aumentar a coerência na atuação das instituições internacionais relacionadas aos pilares social, ambiental e econômico do desenvolvimento.

Doenças Cardiovasculares



Doenças Cardiovasculares



Doenças cardiovasculares (cárdio = coração * vasculares = vasos sanguíneos, incluindo artérias, veias e vasos capilares) são doenças que afetam o sistema circulatório, ou seja, os vasos sanguíneos e o coração. Existem vários tipos de doenças cardiovasculares (enfarte de miocárdio, arritmia). Entre as mais comuns podemos referir o enfarte do miocárdio, a angina de peito, a aterosclerose, entre outras.

Entre as suas principais causas contam-se a vida sedentária, o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e sal, álcool (ainda que estudos demonstrem um efeito benéfico no consumo moderado de bebidas alcoólicas) e tabaco. Por consequência, a melhor prevenção consiste em fazer exercício físico, ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas e legumes e não fumar.



Infarto Agudo do Miocárdio

Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou enfarte agudo do miocárdio (EAM), popularmente e erroneamente conhecido como ataque cardíaco (um erro popular na interpretação do termo médico taquicardia), é um processo de necrose (morte do tecido) de parte domúsculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigênio.

É causado pela redução do fluxo sanguíneo coronarianode magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas.

A causa habitual da morte celular é uma isquemia (deficiência de aporte sanguíneo) no músculo cardíaco, por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação de um coágulo sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose causando estreitamentos luminais de dimensões variadas.

O diagnóstico definitivo de um infarto depende da demonstração da morte celular. Este diagnóstico é feito de maneira indireta, por sintomas que a pessoa sente, por sinais que surgem em seu corpo, por alterações em um eletrocardiograma e por alterações de certas substâncias (marcadores de lesão miocárdica) no sangue.

O tratamento busca diminuir o tamanho do infarto e reduzir as complicações pós-infarto. Envolve cuidados gerais como repouso, monitorização intensiva da evolução da doença, uso de medicações e procedimentos chamados invasivos, como angioplastia coronária e cirurgia cardíaca. O tratamento é diferente conforme a pessoa, já que áreas diferentes quando a localização e tamanho podem ser afetadas, e resposta de cada pessoa ao infarto ser particular.

Entre os testes de diagnóstico para a detecção de danos do músculo cardíaco disponíveis estão oeletrocardiograma (ECG), o raio-X do peito, e vários exames de sangue. Os marcadores mais usados são a fração de creatinofosfoquinase-MB (CK-MB) e de níveis de troponina. O tratamento imediato nos casos de suspeita de infarto agudo do miocárdio inclui oxigênio, aspirina e nitroglicerina sublingual. Se adicional alívio para a dor é necessário, sulfato de morfina deve ser evitado.

O prognóstico, ou seja, a previsão de evolução será tanto mais favorável quanto menor a área de infarto e mais precoce o seu tratamento.



Epidemiologia

O enfarte agudo do miocárdio é a principal causa de morte nos países industrializados. Das mortes resultantes de enfarte, a maior parte é rápida, na primeira hora, em geral por uma arritmia severa denominada Fibrilação ventricular. Nos Estados Unidos, cerca de 25% das mortes são devidas a este problema, o que dá um número absoluto em torno de um milhão e quinhentas mil pessoas a cada ano. Um em cada 25 pacientes com alta hospitalar morre no primeiro ano pós-enfarte. A mortalidade pós-enfarte é diferente conforme a faixa etária, sendo maior nas faixas etárias mais avançadas.

Cerca de 60% dos óbitos acontecem na primeira hora após início dos sintomas.



Fisiopatologia





Lesão da artéria coronária

O suprimento de sangue para o coração é feito através das artérias coronárias, que surgem diretamente da artéria aorta na valva aórtica, preferencialmente chamada de valva semilunar aórtica ou valva semilunar esquerda. São duas as principais artérias coronárias: a artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda que logo se bifurca em duas grandes artérias, a artéria descendente anterior e artéria circunflexa.

A interrupção do suprimento ou fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco é causada pela obstrução de uma artéria coronária ou de um de seus ramos.

A obstrução é causada mais frequentemente pela formação de um coágulo (ou trombo) sanguíneo sobre uma placa aterosclerótica no interior de uma das artérias coronárias.

Este trombo costuma ocorrer sobre uma placa aterosclerótica que sofreu alguma alteração, como a formação de uma úlcera ou a ruptura parcial da placa. Esta placa, antes da alteração que a instabilizou, pode ser suficientemente pequena para passar despercebida pelos métodos habituais de diagnóstico. Ou seja, um paciente com "exames normais" pode vir a ter um infarto do miocárdio por um processo muito breve, às vezes de poucos minutos.

Uma placa é considerada vulnerável (ou imatura) quando apresenta risco de ruptura. Quando a placa apresenta uma cápsula espessa (placa madura) torna-se menos propensa a ruptura. Não existe um método aceito para determinar qual placa é vulnerável e qual não, mas, após necrópsias, se verificou que as placas com propensão a romper costumam ter mais conteúdo de lipídeos e menos fibrose.

Quando ocorre a ruptura da placa, existe exposição de colágeno e fragmentos de tecido conjuntivo da região subendotelial. As plaquetas, células do sangue, se aderem e se agregam ao local da ruptura. As plaquetas liberam substâncias que desencadeiam o processo de coagulação, resultando na formação do trombo.



Consequências da Oclusão

A falta de circulação impede a chegada de nutrientes e de oxigênio (isquemia) ao território arterial a jusante. A isquemia determina redução imediata e progressiva da contratilidade do miocárdio. A dinâmica da movimentação normal de íons, em especial potássio, cálcio e sódio, começa a se alterar. Isto gera uma instabilidade elétrica.

Como o ritmo cardíaco depende deste fluxo de íons e elétrons, podem ocorrer arritmias já precocemente no infarto. A morte nesta fase do infarto não costuma ser por que não existe força nos músculos, mas por que os músculos perdem a capacidade de trabalhar coordenados, tornando-se ineficientes. São músicos sem maestro.

A partir de 20 minutos de oclusão, parcelas progressivamente maiores do miocárdio entram irreversivelmente em necrose. Inicia-se na região subendocárdica, metabolicamente mais ativa, estendendo-se para a epicárdica sob a forma de uma "onda de necrose", completando-se em cerca de 6 horas.

Na ausência de adequada circulação colateral, 50% da massa miocárdica em risco sofre necrose na primeira hora e 70% em 3 a 4 horas.



Remodelação Ventricular

O grau de disfunção ventricular esquerda é um dos fatores de risco mais importantes na sobrevida pós IAM. Cerca de 30% a 50% dos pacientes apresentam sinais de dilatação ventricular, dependendo do local e extensão do infarto, da perviabilidade ou não da artéria ocluída, da intensidade da circulação colateral e dos fatores que aumentam a tensão ventricular.

A remodelação começa dentro de horas e continua por vários meses, mesmo após a cicatrização histológica da área infartada, a qual dura de seis semanas a seis meses. No processo de remodelação observa-se a expansão da área infartada, fenômeno precursor de aneurisma ventricular. Essa remodelação dependerá do tamanho e da transmuralidade do infarto, do processo de cicatrização adequado, da intensidade das forças mecânicas que atuam sobre a parede ventricular.



Fatores de Risco

Os fatores de risco para infarto agudo do miocárdio estão associados a arterioesclerose ou doença coronariana. Os fatores de risco podem ser dividos em dois grupos:

§ Fatores que podem ser mudados ou controlados:

§ Colesterol alto

§ Hipertensão arterial

§ Tabagismo

§ Excesso de peso

§ Sedentarismo

§ Diabetes Mellitus

§ Drogas

§ Apneia do sono - aumenta em até 30% a possibilidade de desenvolver arritmias e infarto.

§ Fatores que não podem ser mudados

§ Idade

§ Risco aumentado para homens acima de 45 anos;

§ Risco aumentado para mulheres acima de 55 anos (ou após a menopausa).

§ História familiar ou predisposição genética

§ Risco aumentado se pai ou um irmão for diagnosticado com DAC antes de 55 anos de idade;

§ Risco aumentado se mãe ou uma irmã for diagnosticada com DAC antes de 65 anos de idade.



Sintomas







Vista do peito mostrando as zonas de dor no infarto agudo do miocárdio

(vermelho escuro= área mais típica, vermelho claro = outras áreas possíveis).



O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso retroesternal (atrás do osso esterno) que é muitas vezes referida como aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso.

Frequentemente esses sintomas são acompanhados por náuseas, vômitos, sudorese, palidez e sensação de morte iminente. A duração é caracteristicamente superior a 20 minutos. Dor com as caraterísticas típicas, mas com duração inferior a 20 minutos sugere angina do peito, onde ainda não ocorreu a morte do músculo cardíaco.

Pacientes diabéticos, idosos e as mulheres têm maior probabilidade de apresentarem uma dor ou desconforto atípico, ou seja, com características e intensidade diferentes da descrição acima.







Vista das costas.



É possível a ocorrência de IAM sem dor. Este é o chamado infarto silencioso. Um infarto silencioso só será identificado na fase aguda se, por coincidência, um eletrocardiograma ou uma dosagem de enzimas cardíacas for feita enquanto ele ocorre.

Os achados dependerão da extensão do infarto. Na maioria das vezes os pacientes apresentam-se desconfortáveis, ansiosos, com sinais de liberação adrenérgica. Naqueles em que a área necrosada supera os 40% da massa ventricular esquerda têm alto risco de evoluírem comInsuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão e choque cardiogênico.



Diagnóstico

A Organização Mundial de Saúde determina que para o diagnóstico de IAM é necessária a presença de critérios diagnósticos em três áreas:

1. Clínica

2. Eletrocardiográfica.

3. Bioquímica



Exame Físico

Os sinais do IAM são:

§ A pressão arterial geralmente é normal.

§ Na ausculta cardíaca os ruídos estão abafados, sendo a quarta bulha um achado frequente. Aterceira bulha relaciona-se com a gravidade da disfunção ventricular.

§ O precórdio é geralmente invisível e o ictus cordis pode ser difícil de palpar.

§ Outros sinais físicos de disfunção ventricular que podem estar presentes incluem quarta (B4) e terceira (B3) bulhas, hipofonese de bulhas e, nos casos mais graves, desdobramento paradoxal da segunda bulha.



Classificação de Killip

Classificação baseada em dados clínicos que permite estudar a gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM é bastante usada na avaliação da mortalidade em geral.

§ Killip I - sem dispneia, terceira bulha ou estertoração pulmonar. Mortalidade = 6%.

§ Killip II - dispneia e estertoração pulmonar nos terços inferiores do tórax. Mortalidade = 17%.

§ Killip III - edema agudo de pulmão. Mortalidade = 38%.

§ Killip IV - choque cardiogênico. Mortalidade = 81%.



Eletrocardiograma

Alterações morfológicas





Ondas e segmentos do eletrocardiograma



Achados eletrocardiográficos são fundamentais no diagnóstico de IAM.

§ Na suboclusão é frequente a presença de onda Tinvertida ou depressão no ponto J.

§ Nos quadros oclusivos há supradesnivelamento dosegmento ST em duas ou mais derivações contíguas e alterações difusas da repolarização. Se houver necrose pode ocorrer deflexão negativa inicial do complexo QRS e se torna progressivamente mais proeminente.

§ O eletrocardiograma inicial não é diagnóstico em 40% ou mais dos pacientes com infarto agudo, mas os achados eletrocardiográficos em sequência permanecem como os pilares do diagnóstico. Podem ocorrer infartos sem as alterações agudas ou mesmo sem nenhuma alteração. Tais casos podem ser indiagnosticáveis na fase aguda.



Localização (topografia)

A depender da região topográfica acometida, as alterações eletrocardiográficas aparecerão em derivações distintas:

§ Região septal do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V2

§ Região anterior media do ventrículo esquerdo - derivações V2, V3, I e a VL

§ Região ântero-septal do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V3

§ Ápice do ventrículo esquerdo - derivações de V3 a V4

§ Região ântero-apical do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V6

§ Parede lateral do ventrículo esquerdo - derivações V5, V6 e a VL

§ Parede inferior do ventrículo esquerdo - derivações II, III e a VF

§ Anterior extenso do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V6, I e a VL.



Enzimas Cardíacas

Os marcadores de necrose miocárdica têm dupla função na avaliação do IAM, têm efeito diagnóstico e também na avaliação prognóstica. Em decorrência da isquemia prolongada a membrana celular perde sua integridade permitindo a saída para o meio extracelular de macromoléculas, possibilitando a dosagem sérica das mesmas. Dentre as mais importantes podemos citar:

§ Creatinofosfoquinase (CK) e Fração MB da Creatinofosfoquinase (CK-MB). A CK-MB é mais específica para diagnóstico de necrose miocárdica, sendo sua curva característica, obtida pela dosagem seriada, padrão para diagnóstico de IAM.

§ Troponinas T e I - não são detectadas em indivíduos normais, sendo que sua elevação, mesmo mínima, pode significar algum grau de lesão miocárdica (microinfartos). Uma dosagem negativa de troponina não afasta diagnóstico de IAM, devendo-se repetir essa avaliação após 10 a 12 horas do inicio dos sintomas. Pode se manter elevado até por duas semanas do IAM.

§ Mioglobina – seu principal papel no diagnóstico de IAM decorre de seu valor preditivo negativo (variando de 83% a 98%), ou seja, é um bom método complementar para se afastar a presença de infarto do miocárdio quando negativo - sua curva é feita apenas nas primeiras horas de dor torácica.

§ Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico-oxalacética (GOT ou TGO) - muito útil para o diagnóstico e acompanhamento do IAM juntamente com a dosagem da creatina quinase (CK) e da desidrogenase láctica (LDH). AST está ligada à necrose de células miocárdicas e sua elevação é geralmente moderada raramente chegando a atingir 10 vezes o limite superior normal. Os níveis de AST aumentam dentro de 6 a 10 horas após o infarto, atingindo um valor máximo em 12 a 48 horas, voltando aos níveis normais em 3 a 4 dias, se não ocorrer novo infarto. No entanto, a AST é muito menos específica do que a CK-MB para o diagnóstico do infarto do miocárdio.

§ Desidrogenase láctica (LDH) - também é usada como marcador de IAM. Níveis elevados são observados na maioria dos pacientes com IAM, embora o grau de elevação não seja tão grande como o da CK, ele persiste por 10 a 14 dias.

Na prática clínica são utilizadas as troponinas e a CK-MB nas 12 primeiras horas para diagnóstico e avaliação de pacientes com suspeita de síndromes coronariana agudas e o acompanhamento da curva de CK-MB nos paciente com diagnóstico de infarto.



Ecocardiograma







Corte: quatro câmaras em ecocardiografia

A ecocardiografia frequentemente evidencia comprometimento miocárdico segmentar, ou seja, um segmento do coração não contraindo devidamente. O ecocardiograma com Doppler obtido na beira do leito em pacientes com diagnóstico ou suspeita de infarto agudo do miocárdio tornou-se procedimento rotineiro de grande utilidade em centros que dispõem desta facilidade. Na emergência o método presta-se, de início, ao diagnóstico diferencial da dor torácica, afastando a possibilidade de outras patologias como estenose aórtica, hipertensão pulmonar aguda, prolapso da valva mitral, pericardites com derrames, entre outras.

O Ecocardiograma é ainda mais relevante nos casos de IAM complicados com insuficiência cardíaca ou choque cardiogênico, por permitir identificar as causas destas complicações e acompanhar sua evolução.



Angiografia





Angiograma das artérias coronárias.



A angiografia é um exame bastante útil para visualização direta de vasos acometidos. Permite visualizar a artéria (ou as artérias) ocluída e o grau de oclusão. Este grau de oclusão é expresso por porcentagem de estenose, que é feito pela comparação do segmento mais estreitado com o segmento distal ou proximal de espessura normal.

Um estreitamento maior que 70% do diâmetro é considerado significante. Estreitamentos menores do que este grau não costumam provocar alterações importantes no fluxo coronário, não sendo prováveis causas do infarto. O procedimento costuma ser seguro, mas está sujeito a sérias complicações. É exame imprescindível quando se tentará restituir o fluxo de sangue a área de infarto, seja por Angioplastia, seja por Cirurgia. Não é feito apenas quando o risco de sua realização é maior que o possível benefício que traria.



Complicações

O infarto é um processo de necrose, morte celular. Imediatamente após sua ocorrência se inicia o processo de cicatrização local e readaptação do miocárdio restante as necessidades do corpo. Se não surgirem complicações, após alguns meses o processo cicatricial estará completo.

§ Podem, entretanto, ocorrer outras doenças decorrentes do infarto. São as chamadas complicações pós-infarto.

§ Sua gravidade se encontra dentro de uma faixa bem ampla de possibilidades, desde a morte súbita ou incapacidade permanente, até a ausência total de consequências para a vida futura do infartado.

§

São complicações possíveis:

§ Arritmias cardíacas

§ Distúrbios de condução ou bloqueios

§ Insuficiência cardíaca

§ Disfunções das válvulas cardíacas

§ Aneurisma cardíaco

§ Ruptura cardíaca, seja do septo interventricular, seja da parede externa do coração

§ Pericardiopatias

§ Tromboembolia pulmonar

§ Tromboembolia sistêmica

§ Choque cardiogênico



Tratamento

Devem-se levar em conta as características da dor, os antecedentes de doença cardiovascular, idade e fatores de risco na determinação da conduta inicial do paciente ao serviço médico. Com base nessa clínica, no ECG e nos marcadores séricos de necrose, obtém-se a estratificação inicial do risco para óbito ou IAM.

Medidas básicas iniciais devem incluir: obtenção dos sinais vitais, oxigenação por cateter ou máscara, obtenção de acesso venoso, monitorização do risco cardíaco e saturação de O2, administração de 200 mg de aspirina por via oral, nitrato sublingual 5 mg, obtenção de ECG, administração endovenosa de morfina em situações de dor intensa sem melhora com nitrato. Pacientes candidatos a terapêutico para recanalização coronariana, farmacológica ou mecânica são aqueles em que o ECG mostra-se supradesnivelamento do segmento ST que não reverte após a administração de nitrato ou com bloqueio completo de ramo esquerdo novo.

Paciente de alto risco para IAM, que devem ser encaminhado para Centros de Terapia Intensiva, são aqueles cujo ECG se mostra com um infradesnivelamento do segmento ST além de 1 mm ou ondas T invertidas com alta voltagem em múltiplas derivações. Alternativa para esses paciente é o uso de drogas endovenosas para estabilização de quadro clínico e o estudo cinecoronariográfico precoce em até 24 horas (imediatamente em casos refratário a medicação inicial). O tratamento farmacológico se faz com várias drogas atuantes em diferentes mecanismos da doença.

Dentre os antiplaquetários podemos destacar a Aspirina (ação por inibição da ciclo-oxigenase no metabolismo do ácido aracdônico), os derivados tienopiridínico (antagonistas da ativação plaquetária mediada pelo ADP, clopidrogel, ticlopidina) e os antagonista dos receptores glicoproteicos IIb-IIIa (abciximab). Dezenas de estudos já comprovaram os efeitos benéficos da aspirina como conduta inicial, correlacionada com o menor grau de mortalidade, associada ou não a estreptoquinase.

Outra classe de medicamento útil no IAM são os antitrombínicos que têm ação sinérgica com os antiplaquetários. Podemos destacar as heparinas que atuam acelerando a ação da antitrombina circulantes, precipitando a inibição da trombina IIa e dos fatores IX e Xá. Medicamentos anti-isquêmicos têm função importantíssima no controle da sintomatologia do paciente.

Os Nitratos têm seus efeitos benéficos através da redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo o consumo de oxigênio, atuam também por diminuição do vasoespasmo coronariano e tem potencial inibição da agregação plaquetária.

Os Betabloqueadores diminuem o consumo de oxigênio pelo miocárdio, controlando a frequência cardíaca e a pressão arterial, reduzindo a contratilidade. Podemos destacar metoprolol, propranolol. As contra indicações do seu uso é o broncoespasmo, hipotensão, bradiarritmias e insuficiência ventricular esquerda. Também são medicamentos bastante estudados em pesquisas multicêntrincas, que determinaram uma diminuição significativa em casos de infarto e óbito.

Antagonistas dos canais de cálcio atuam bloqueando a entrada de cálcio nas fibras miocárdicas, reduzindo a contratilidade e, consequentemente o consumo de oxigênio, atuam também nas paredes de vasos promovendo a vasodilatação e melhorando o fluxo coronariano para áreas isquêmicas. Inibidores da Enzima convertora da Angiotensina (iECA) têm se mostrado benéfico na prevenção de óbito, infarto e AVC em pacientes com doenças ateroscleróticas prévias com comprometimento coronariano.

Também se beneficiam os portadores de cardiopatia isquêmica na medida em que controlam a hipertensão arterial, e são essenciais no tratamento da insuficiência cardíaca. Três estudos multicêntricos conseguiram demonstrar os benefícios dos iECA na prevenção da mortalidade a curto prazo.



Tratamento de Reperfusão

É importante salientar que o tratamento do paciente com IAM já instalado baseia-se na reperfusão cardíaca precoce e restabelecimento da vitalidade das artérias coronarianas. Nesta etapa o tratamento é múltiplo e com abordagem farmacológica e cirúrgica.

Os trombolíticos devem ser usados precocemente, até 6 a 12 horas do início da sintomatologia, com cuidado para as contraindicações absolutas: AVC hemorrágico prévio, neoplasia intracraniana conhecida, sangramento interno e suspeita de dissecção de aorta. Cuidado também para com os pacientes de idade acima de 75 anos pelo aumento de risco de AVC. Atualmente na prática clínica existem duas drogas trombolíticas para uso de rotina, a estreptoquinase e ativador tecidual de plasminogênio (t-PA).

Uma vantagem da estreptoquinase é seu baixo custo. Deve-se evitar nova administração desse trombolítico por pelo menos dois anos devido à chance de alergia, não se associa a heparina de rotina devido ao risco aumentado de sangramentos.

Os t-PA devem ser usados em infusão acelerada e combinada com heparinização plena, é o trombolítico mais eficaz para recanalização coronária precoce, obtém-se maior patência do vaso em curto período de tempo. Seus custos ultrapassam bastante aos da estreptoquinase e com riscos ligeiramente maiores para hemorragia intracraniana.







Angioplastia por balão



Outra abordagem no paciente com IAM é a angioplastia primária, realizada entre 6 a 12 horas de início dos sintomas. Essa terapêutica é uma alternativa ao tratamento com trombolíticos para reperfusão imediata do miocárdio isquêmico.

A taxa de abertura da artéria ocluída é significantemente maior com a angioplastia primária do que com trombolítico. No entanto, a tradução dessa vantagem em benefício clínico não tem mesma magnitude. Importantes estudos revelam que pacientes tratados com angioplastia primária têm menos incidência de morte, reinfarto e doença cerebrovascular aguda aos 30 dias do infarto, mas que em seis meses a um ano essa vantagem desaparece.

Contudo, mesmo no pior quadro, a angioplastia primária é no mínimo equivalente à terapia trombolítica e pode ser indicada formalmente se o paciente tem contraindicação a esta última.

As vantagems da angioplastia em relação à terapia trombolítica são:

§ Patência arterial precoce superior a 90%

§ Melhor manutenção de fluxo coronariano pleno.

§ Menor lesão de reperfusão

§ Melhora da função ventricular

§ Redução da mortalidade no choque cardiogênico

§ Redução das taxas de reoclusão, reinfarto e mortalidade hospitalar.

§ Menores taxas de mortalidade, de eventos isquêmicos e de insuficiência cardíaca em longo prazo.

§ Menor risco de sangramento e AVC.



A angioplastia de salvamento é recomendada nos casos de insucesso do tratamento trombolítico, caracterizado principalmente como persistência do supradesnivelamento de ST e/ou da dor precordial. O advento dos stents e o uso de potentes antiplaquetários têm contribuído para um sucesso ainda maior da angioplastia. Estudos comparativos demonstraram as vantagens do tratamento angioplástico em relação aos trombolíticos, em se tratando de morte por reinfarto, proporcionando melhor conforto e estabilidade ao paciente.



Reperfusão Coronária

Tratamentos que visam recuperar a circulação (reperfusão) até seis horas após a oclusão permitem o salvamento das células que ainda não necrosaram. Como o processo é contínuo, quanto mais precoce a intervenção, mais músculo é salvo no final do processo.

Por outro lado, a reperfusão acelera a necrose daquelas células que apresentam lesões irreversíveis, porém não parece acrescentar riscos adicionais àquelas com lesões reversíveis.

A reperfusão instabiliza ainda mais o coração, mas suas complicações são tratáveis em Unidades de Terapia Intensiva especiais, as (Unidades coronarianas).

São riscos da reperfusão:

§ Lesão celular letal em células ainda viáveis.

§ Lesão vascular pelo fenômeno de no-reflow e perda da reserva vasodilatadora

§ Miocárdio atordoado, que é uma prolongada disfunção contrátil pós-isquêmica.

§ Arritmia de reperfusão, associada a sobrecarga de influxo de cálcio celular no tecido necrótico e à produção de radicais livres



Prognóstico

O prognóstico, ou seja, a previsão de evolução será tanto mais favorável quanto menor a área de infarto e mais precoce o seu tratamento.



Preservação

A prevenção do infarto do coração passa pela promoção da saúde e pela prevenção de doenças relacionadas como a apneia do sono, a arterioesclerose, o diabetes, a dislipidemia e a hipertensão arterial.

Sexo e Drogas


ADOLESCENTES EVANGÉLICOS
A VERDADE SOBRE SEXO E DROGAS

SEXO
Ligado Desde o Nascimento
      Imagine uma casa em construção. Enquanto as paredes ainda estão no esqueleto, com a brisa soprando um cheiro fresco do madeiramento, os eletricistas chegam para instalar uma rede de fios. Mais tarde, quando as paredes já estão sólidas, rebocadas com massa fina e totalmente pintadas, os fios elétricos ficam bem escondidos.
     
Um dia, quando a casa estiver pronta para morar, a companhia de eletricidade vem e executa a ligação com a rede da rua. Você não percebe nenhuma mudança. Os fios continuam escondidos. Mas, de repente você pode fazer coisas que não poderia fazer antes. Você pode ligar e ouvir seu som no último volume, cuidar do trabalho doméstico depois que escurece, assistir seu programa de TV favorito.

      Sua sexualidade é algo parecido. Biologicamente, seu potencial foi ligado desde o nascimento. Você tem os órgãos apropriados. Tem uma mistura de hormônios masculinos  e femininos. E disse Deus que isso é bom.
      O Hormônio Masculino: Testosterona (andrógeno) promove o desenvolvimento e o crescimento dos testículos, além do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos, aumento da libido (desejo sexual), aumento da massa muscular e da agressividade.
      O Hormônio Feminino: Estrógenos promove o desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos e da parede uterina (endométrio); estimula o crescimento e a calcificação óssea, inibindo a remoção desse íon do osso e protegendo contra a osteoporose; protege contra a aterosclerose (deposição de placas de gorduras nas artérias). A Progesterona: promove modificações orgânicas da gravidez, como preparação do útero para aceitação do óvulo fertilizado e das mamas para a lactação. Inibe as contrações uterinas, impedindo a expulsão do feto em desenvolvimento.
      Na puberdade, os fios são ligados na corrente elétrica. Subitamente a sexualidade torna-se potencialmente ativa. Machos e fêmeas são partículas que se atraem mutuamente. Isto também é bom. Foi Deus quem fez você assim, e é assim que você é.

      Quando a força é ligada, você começa a sentir que a beleza do sexo oposto é algo mais do que para ser apenas admirada. Se você é um garoto, vai querer uma garota só para você. Se você é uma garota, você vai querer um garoto. Isto é um impulso forte, emocionante e até mesmo um pouco assustador.

      Biologicamente você quer tocar, segurar as mãos, beijar, e por fim fazer amor. Psicologicamente você também quer tocar: para explorar uma personalidade totalmente diferente da sua, para amar e ser amado, para expor seus pensamentos e seus medos, para revelar sua intimidade e não se envergonhar.

      Há também o medo: Eu amarei alguma vez? Serei também amado (a)? Eu sou uma pessoa normal? Encontrarei a pessoa dos meus sonhos?

      Deus fez você para desejar o amor e tudo mais que vem junto com ele. Vamos ainda mais longe: que Ele fez você assim e que a espera é difícil. Chame-a de um desafio, um desafio lançado pelo Criador. Mas, saiba com antecedência que não é fácil dominá-lo. Isto vai testar você até seus limites.
      Se por um lado existe um desafio, por outro, trata-se de uma honra. Deus nos desafia porque Ele acredita que podemos vencer o desafio.

É Difícil Esperar
      Naturalmente, muitas pessoas não querem nem tentar. Mas mesmo para aquelas que querem abster-se do sexo até o casamento, é duro.
-Por que o sexo é tão atrativo?
-Por que pensamos tanto a respeito dele?
-Por que é tão difícil evitá-lo?

Vale a Pena Esperar
      Deus não é contra o sexo. Ele considera o sexo como algo bom. Deus poderia ter-nos feito para reproduzir da mesma maneira que as plantas, com esporos flutuantes e pólens.
      Mas Ele preferiu que a vida humana se reproduzisse de forma que homem e mulher se completassem (Gênesis 2.18). Assim, somente faz sentido crer que se Deus em sua onisciência criou o sexo, somente Ele sabe como deve ser celebrado em seu melhor.

      Quando Deus traçou diretrizes para o sexo, Ele o fez para proteger-nos de danos, prover nossas necessidades ou ambos. A Bíblia também fala sobre o sexo.
      Um livro inteiro (Cantares de Salomão) é composto de seis poemas de amor escritos para exaltar a beleza do ato conjugal. A Bíblia reflete exatamente a atitude que você esperaria de um inventor que descreve o funcionamento de sua invenção. Deus, melhor do que ninguém aprecia o valor da sua criação. Ele entende como ela funciona e sabe exatamente para que serve.

Por que Esperar
      Pode parecer que estar profundamente apaixonado seja o bastante para ligar duas pessoas para sempre. Mas, Deus não disse isto. Matrimônio é muito mais que amor. É uma promessa de um compromisso para uma vida inteira, um compromisso assumido publicamente.

Por que o Casamento
      O sexo é maravilhoso dentro do matrimônio. Fora do casamento, o sexo é uma ofensa ao seu Criador. De acordo com a Bíblia, o Matrimônio é o único modo para se experimentar verdadeiramente um amor com compromisso, um amor que ecoa nosso bom relacionamento com Deus.

      “Vós Maridos devem amar suas esposas com o mesmo amor que Cristo dedicou à Igreja. Ele deu sua vida por ela... da mesma maneira, os maridos devem amar suas esposas, da mesma forma que amam seu corpo. Pelo que, na verdade, um homem só ama a si mesmo quando ele ama sua esposa” (Efésios 5.25-28).

      Foi assim desde o princípio, quando Adão e Eva foram criados por Deus e apresentados um ao outro.

      "Finalmente”.  Exclamou Adão. “Esta é carne da minha carne e ossos dos meus ossos.” (Gênesis 2.23-25).
      Isto explica por que um homem deve deixar a casa de seus pais para se unir a sua esposa a fim de que os dois se tornem uma só carne.

      Este é o ideal, o sonho, como a Bíblia mostra: total intimidade, total união, total amor, total satisfação sexual dentro do matrimônio. Existe abundância de problemas conjugais nas páginas das Escrituras. Mas o padrão ideal permanece lá, acima dos fracassos.

      A Bíblia não ignorou o comportamento que foge do ideal. Jesus, em particular, tinha uma clara visão. Apesar de nunca se ter casado, ele falou com absoluta autoridade contra abusos como:
 -Fornicação (sexo antes do casamento)
-Adultério (mudar a verdade em mentira)
-Divórcio (separar aquilo que Deus uniu)
      Ele disse para os casados: Uma vez que não são mais dois, mas um, não se separe o homem aqueles que Deus ajuntou.

      Paulo tinha conselhos semelhantes: Nossos corpos não foram feitos para imoralidade sexual. Eles foram feitos para o Senhor, e o Senhor cuida de nossos corpos... Não percebem que nossos corpos são na verdade partes de Cristo? Deveria um homem usar seu próprio corpo, que pertence a Cristo, para unir-se com uma prostituta? Nunca! Fugi do pecado sexual.
      Nenhum outro pecado afeta mais o corpo que o pecado sexual. Porque a imoralidade sexual é um pecado contra o próprio corpo. Ou não sabeis vós que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós e vos foi dado por Deus? Vós não pertenceis a vós mesmos, porque Deus vos comprou com um alto preço. Assim vós deveis honrar a Deus com os vossos corpos (I Coríntios 6.13, 18.20).

Virgindade
      Virgens podem ficar nervosos em sua primeira noite de núpcias. Mas, isto é bom. Você pode ficar nervoso diante da maior noite de sua vida. Para virgens, tudo está prestes a mudar. Eles pesquisarão os mistérios que passaram boa parte da vida sem saber.
      Eles desvendarão aqueles mistérios juntos com a pessoa que mais amam. Isto, sim, vale a pena celebrar. Para aqueles que já tiveram sua experiência sexual, uma lua de mel é meramente boas férias.

      Você somente tem uma primeira vez na vida. Há uma grande alegria em experimentar isso com a pessoa com quem você acaba de se comprometer para toda vida. Mas, isto somente será possível se você esperar.

Compromisso Total
      Quando você se deixa usar sem um total compromisso, fica difícil de entender o quanto da sua vida se rende a outra pessoa.
      Ser usado é deixar de ser uma pessoa e passar a ser mero objeto. Objeto de desejo, objeto sexual, brinquedo, joguinho.

      Virgens são as únicas pessoas capazes de se dar inteira e totalmente. Na primeira vez você está oferecendo o seu tudo para aquele que é o maior amor da sua vida.

      Não é fácil resistir às tentações e pressões de fazer sexo antes do casamento. Mas se você quiser experimentar o sexo em toda sua plenitude da maneira que Deus o fez, o caminho mais seguro é abster-se de experimentar qualquer outra forma de sexo.


DROGAS
Como ela Entra
      Quando falamos em drogas muitas pessoas pensam logo em maconha, cocaína, crack, heroína. Mas as droga consideradas “lícitas”, como o cigarro, bebidas alcoólicas e medicamentos controlados também fazem novas vítimas a cada dia.
      Segundo pesquisas divulgadas no portal Brasil Escola são vários os motivos que levam uma pessoa a usar drogas:
-Curiosidade,
-Influência dos amigos,
-Vontade,
-Desejo de fuga,

Os Maiores Alvos
      Os adolescentes de hoje estão mais sujeitos ao contato com as drogas devido ao ambiente em que estão inseridos, companhias erradas.
      A isso, acrescente-se a frequente ausência dos pais, criando condições favoráveis para que os filhos adolescentes se sintam livres para aventuras deste tipo, sem pensar muito nas consequências que isso lhes trará para a vida.
      Nesta fase da vida, eles afirmam a sua personalidade: novas descobertas, novo corpo, explosões de emoção e temperamento contribuem para o surgimento de novos e difíceis problemas e procuram nas drogas uma saída para estes problemas.
      Adolescentes costumam ter muitos conflitos na família, o que torna tudo mais difícil. Infelizmente esse problema mora no meio de muitas famílias e a causa costuma ser a falta de diálogo, e a falta de uma estrutura familiar forte. Os pais não sentam mais com os filhos, não conversam, não compartilham amor deixando os filhos à mercê das ameaças. Quando acordam é tarde demais.
      Falta de compreensão, carinho, entendimento dentro de casa. Os jovens sofrem muito com essa realidade. Eles buscam refúgio nas drogas quando não conseguem suportar sozinhos os desentendimentos dos pais dentro da própria casa.

O que é Droga
      Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), "droga é toda a substância que, introduzida em um organismo vivo, pode modificar uma ou mais de suas funções".
      É compreendida também como o nome genérico de substâncias químicas, naturais ou sintéticas, que podem causar danos físicos e psicológicos a quem as consome. Seu uso constante pode levar à mudança de comportamento e à criação de uma dependência, um desejo compulsivo de usar a droga habitualmente, ao mesmo tempo em que o consumidor passa a apresentar problemas orgânicos decorrentes de sua falta.
      A lei diferencia as drogas lícitas (cigarro, álcool, medicamentos) das ilícitas (cocaína, crack, ecstasy, entre outras). Do ponto de vista médico, porém, esta diferença não existe. 
      Os problemas para a saúde dos adolescentes decorrentes do uso e abuso de álcool e outras drogas (ilícitas) são inúmeros e de várias ordens. Podem-se listar desde os de ordem orgânica e funcional de sistemas do corpo até os de ajustamento social, provocados por modificações neuroquímicas que causam prejuízos no controle dos impulsos.
      Os principais problemas do universo dos adolescentes estão associados à queda do desempenho escolar, dificuldades em aprender, prejuízo no desenvolvimento e estruturação das habilidades cognitivo-comportamentais (relativo ao conhecimento, aprendizado e ao comportamento) e emocionais do jovem em questão.

Resistir e Vencer
      Não cedas às influências pois só assim podes fugir a estes problemas e às consequências que isto traz. Assim resiste, e tens uma vida saudável.
      E diante de tantas influências negativas, como fazer para que os jovens fiquem longe desta tentação?
      Grande parte das igrejas evangélicas possui projetos e programas voltados à juventude. Embora as igrejas não tenham um local específico para encaminhar os drogados, o trabalho de prevenção e orientação não pode deixar de ser feito.
      A libertação de um drogado não é tão fácil, as recaídas são comuns. É preciso persistir.
      Não cair ainda é a melhor prevenção. RESISTIR É VENCER.

Infarto Agudo do Miocárdio

Infarto Agudo do Miocárdio
                                                                                                                                                                                                      
       Infarto agudo do miocárdio (IAM) ou enfarte agudo do miocárdio (EAM), popularmente e erroneamente conhecido como ataque cardíaco (um erro popular na interpretação do termo médico taquicardia), é um processo de necrose (morte do tecido) de parte do músculo cardíaco por falta de aporte adequado de nutrientes e oxigênio.
      É causado pela redução do fluxo sanguíneo coronariano de magnitude e duração suficiente para não ser compensado pelas reservas orgânicas.
      A causa habitual da morte celular é uma isquemia (deficiência de aporte sanguíneo) no músculo cardíaco, por oclusão de uma artéria coronária. A oclusão se dá em geral pela formação de um coágulo sobre uma área previamente comprometida por aterosclerose causando estreitamentos luminais de dimensões variadas.
      O diagnóstico definitivo de um infarto depende da demonstração da morte celular. Este diagnóstico é feito de maneira indireta, por sintomas que a pessoa sente, por sinais de surgem em seu corpo, por alterações em um eletrocardiograma e por alterações de certas substâncias (marcadores de lesão miocárdica) no sangue.
      O tratamento busca diminuir o tamanho do infarto e reduzir as complicações pós infarto. Envolve cuidados gerais como repouso, monitorização intensiva da evolução da doença, uso de medicações e procedimentos chamados invasivos, como angioplastia coronária e cirurgia cardíaca. O tratamento é diferente conforme a pessoa, já que áreas diferentes quando a localização e tamanho podem ser afetadas, e resposta de cada pessoa ao infarto ser particular.
      Entre os testes de diagnóstico para a detecção de danos do músculo cardíaco disponíveis estão o eletrocardiograma (ECG), o raio X do peito, e vários exames de sangue. Os marcadores mais usados são a fração de creatinofosfoquinase-MB (CK-MB) e de níveis de troponina. O tratamento imediato nos casos de suspeita de infarto agudo do miocárdio inclui oxigênio, aspirina e nitroglicerina sublingual. Se adicional alívio para a dor é necessário, sulfato de morfina deve ser evitado. Uma pesquisa recente mostrou que a morfina realmente aumenta a mortalidade em síndromes coronarianas agudas. Dados obtidos na Carolina do Norte, pela Duke University, demonstraram que de todos os pacientes internados em um hospital com síndrome coronariana aguda (dor no peito) na Carolina do Norte, os que receberam morfina tiveram um aumento de 40% na mortalidade. A morfina foi removida pelas diretrizes da American Heart Association para síndrome coronariana aguda desde então. A revisão de 2009 sobre o uso de alto fluxo de oxigênio para o tratamento de infarto do miocárdio concluiu que a administração de alto fluxo de oxigênio aumentou a mortalidade e o tamanho do infarto, pondo em causa a recomendação para o seu uso rotineiro.
      O prognóstico, ou seja, a previsão de evolução, será tanto mais favorável quanto menor a área de infarto e mais precoce o seu tratamento.
Epidemiologia
      O enfarte agudo do miocárdio é a principal causa de morte nos países industrializados. Das mortes resultantes de enfarte, a maior parte é rápida, na primeira hora, em geral por uma arritmia severa denominada Fibrilação ventricular. Nos Estados Unidos, cerca de 25% das mortes são devidas a este problema, o que dá um número absoluto em torno de um milhão e quinhentas mil pessoas a cada ano. Um em cada 25 pacientes com alta hospitalar morre no primeiro ano pós enfarte. A mortalidade pós enfarte é diferente conforme a faixa etária, sendo maior nas faixas etárias mais avançadas. Cerca de 60% dos óbitos acontecem na primeira hora após início dos sintomas.

Fisiopatologia 
      O suprimento de sangue para o coração é feito através das artérias coronárias, que surgem diretamente da artéria aorta na valva aórtica, preferencialmente chamada de valva semilunar aórtica ou valva semilunar esquerda. São duas as principais artérias coronárias: a artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda que logo se bifurca em duas grandes artérias, a artéria descendente anterior e artéria circunflexa.
      A interrupção do suprimento ou fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco é causada pela obstrução de uma artéria coronária ou de um de seus ramos.
      A obstrução é causada mais frequentemente pela formação de um coágulo (ou trombo) sanguíneo sobre uma placa aterosclerótica no interior de uma das artérias coronárias.
      Este trombo costuma ocorrer sobre uma placa aterosclerótica que sofreu alguma alteração, como a formação de uma úlcera ou a ruptura parcial da placa. Esta placa, antes da alteração que a instabilizou, pode ser suficientemente pequena para passar despercebida pelos métodos habituais de diagnóstico. Ou seja, um paciente com "exames normais" pode vir a ter um infarto do miocárdio por um processo muito breve, as vezes de poucos minutos.
      Uma placa é considerada vulnerável (ou imatura) quando apresenta risco de ruptura. Quando a placa apresenta uma cápsula espessa (placa madura) torna-se menos propensa a ruptura. Não existe um método aceito para determinar qual placa é vulnerável e qual não, mas, após necrópsias, se verificou que as placas com propensão a romper costumam ter mais conteúdo de lipídeos e menos fibrose.
      Quando ocorre a ruptura da placa, existe exposição de colágeno e fragmentos de tecido conjuntivo da região subendotelial. As plaquetas, células do sangue, se aderem e se agregam ao local da ruptura. As plaquetas liberam substâncias que desencadeiam o processo de coagulação, resultando na formação do trombo.

Consequências da Oclusão
      A falta de circulação impede a chegada de nutrientes e de oxigênio (isquemia) ao território arterial a jusante. A isquemia determina redução imediata e progressiva da contratilidade do miocárdio. A dinâmica da movimentação normal de íons, em especial potássio, cálcio e sódio, começa a se alterar. Isto gera uma instabilidade elétrica.
      Como o ritmo cardíaco depende deste fluxo de íons e elétrons, podem ocorrer arritmias já precocemente no infarto. A morte nesta fase do infarto não costuma ser por que não existe força nos músculos, mas por que os músculos perdem a capacidade de trabalhar coordenados, tornando-se ineficientes. São músicos sem maestro.
      A partir de 20 minutos de oclusão, parcelas progressivamente maiores do miocárdio entram irreversivelmente em necrose. Essa inicia-se na região subendocárdica, metabolicamente mais ativa, estendendo-se para a epicárdica sob a forma de uma "onda de necrose", completando-se em cerca de 6 horas.
      Na ausência de adequada circulação colateral, 50% da massa miocárdica em risco sofre necrose na primeira hora e 70% em 3 a 4 hs.

Remodelação Ventricular
      O grau de disfunção ventricular esquerda é um dos fatores de risco mais importantes na sobrevida pós IAM. Cerca de 30% a 50% dos pacientes apresentam sinais de dilatação ventricular, dependendo do local e extensão do infarto, da perviabilidade ou não da artéria ocluída, da intensidade da circulação colateral e dos fatores que aumentam a tensão ventricular.
      A remodelação começa dentro de horas e continua por vários meses, mesmo após a cicatrização histológica da área infartada, a qual dura de seis semanas a seis meses. No processo de remodelação observa-se a expansão da área infartada, fenômeno precursor de aneurisma ventricular. Essa remodelação dependerá do tamanho e da transmuralidade do infarto, do processo de cicatrização adequado, da intensidade das forças mecânicas que atuam sobre a parede ventricular.

Fatores de Risco
      Os fatores de risco para infarto agudo do miocárdio estão associados a arterioesclerose ou doença coronariana. Os fatores de risco podem ser dividos em dois grupos:
  • Fatores que não podem ser mudados
    • Idade
      • Risco aumentado para homens acima de 45 anos;
      • Risco aumentado para mulheres acima de 55 anos (ou após a menopausa).
    • História familiar ou predisposição genética
      • Risco aumentado se pai ou um irmão for diagnosticado com DAC antes de 55 anos de idade;
      • Risco aumentado se mãe ou uma irmã for diagnosticada com DAC antes de 65 anos de idade.

Sintomas
      O sintoma mais importante e típico do IAM é a dor ou desconforto intenso retroesternal (atrás do osso esterno) que é muitas vezes referida como aperto, opressão, peso ou queimação, podendo irradiar-se para pescoço, mandíbula, membros superiores e dorso.
      Frequentemente esses sintomas são acompanhados por náuseas, vômitos, sudorese, palidez e sensação de morte iminente. A duração é caracteristicamente superior a 20 minutos. Dor com as caraterísticas típicas, mas com duração inferior a 20 minutos sugere angina do peito, onde ainda não ocorreu a morte do músculo cardíaco.
      Pacientes diabéticos, idosos e as mulheres têm maior probabilidade de apresentarem uma dor ou desconforto atípico, ou seja, com características e intensidade diferentes da descrição acima.
      É possível a ocorrência de IAM sem dor. Este é o chamado infarto silencioso. Um infarto silencioso só será identificado na fase aguda se, por coincidência, um eletrocardiograma ou uma dosagem de enzimas cardíacas for feita enquanto ele ocorre.
      Os achados dependerão da extensão do infarto. Na maioria das vezes os pacientes apresentam-se desconfortáveis, ansiosos, com sinais de liberação adrenérgica. Naqueles em que a área necrosada supera os 40% da massa ventricular esquerda têm alto risco de evoluírem com Insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão e choque cardiogênico.

Diagnóstico
      A Organização Mundial de Saúde determina que para o diagnóstico de IAM é necessária a presença de critérios diagnósticos em três áreas:
  1. Clínica
  2. Eletrocardiográfica.
  3. Bioquímica

Exame físico
      Os sinais do IAM são:
Classificação de Killip
      Classificação baseada em dados clínicos que permite estudar a gravidade da insuficiência ventricular nos pacientes com IAM é bastante usada na avaliação da mortalidade em geral.
Eletrocardiograma
  • Na suboclusão é frequente a presença de onda T invertida ou depressão no ponto J.
  • Nos quadros oclusivos há supradesnivelamento do segmento ST em duas ou mais derivações contíguas e alterações difusas da repolarização. Se houver necrose pode ocorrer deflexão negativa inicial do complexo QRS e se torna progressivamente mais proeminente.
  • O eletrocardiograma inicial não é diagnóstico em 40% ou mais dos pacientes com infarto agudo, mas os achados eletrocardiográficos em sequência permanecem como os pilares do diagnóstico. Podem ocorrer infartos sem as alterações agudas ou mesmo sem nenhuma alteração. Tais casos podem ser indiagnosticáveis na fase aguda.

Localização (Topografia)
      A depender da região topográfica acometida, as alterações eletrocardiográficas aparecerão em derivações distintas:
  • Região septal do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V2
  • Região anterior media do ventrículo esquerdo - derivações V2, V3, I e aVL
  • Região ântero-septal do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V3
  • Ápice do ventrículo esquerdo - derivações de V3 a V4
  • Região ântero-apical do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V6
  • Parede lateral do ventrículo esquerdo - derivações V5, V6 e aVL
  • Parede inferior do ventrículo esquerdo - derivações II, III e aVF
  • Anterior extenso do ventrículo esquerdo - derivações V1 a V6, I e aVL.

Enzimas Cardíacas
      Os marcadores de necrose miocárdica têm dupla função na avaliação do IAM, têm efeito diagnóstico e também na avaliação prognóstica. Em decorrência da isquemia prolongada a membrana celular perde sua integridade permitindo a saída para o meio extracelular de macromoléculas, possibilitando a dosagem sérica das mesmas. Dentre as mais importantes podemos citar:
  • Creatinofosfoquinase (CK) e Fração MB da Creatinofosfoquinase (CK-MB). A CK-MB é mais específica para diagnóstico de necrose miocárdica, sendo sua curva característica, obtida pela dosagem seriada, padrão para diagnóstico de IAM.
  • Troponinas T e I - não são detectadas em indivíduos normais, sendo que sua elevação, mesmo mínima, pode significar algum grau de lesão miocárdica (microinfartos). Uma dosagem negativa de troponina não afasta diagnóstico de IAM, devendo-se repetir essa avaliação após 10 a 12 horas do inicio dos sintomas.Pode se manter elevado até por 2 semanas do IAM.
  • Mioglobina – seu principal papel no diagnóstico de IAM decorre de seu valor preditivo negativo (variando de 83% a 98%), ou seja, é um bom método complementar para se afastar a presença de infarto do miocárdio quando negativo - sua curva é feita apenas nas primeiras horas de dor torácica.
  • Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico-oxalacética (GOT ou TGO) - muito útil para o diagnóstico e acompanhamento do IAM juntamente com a dosagem da creatina quinase (CK) e da desidrogenase láctica (LDH). AST está ligada à necrose de células miocárdicas e sua elevação é geralmente moderada raramente chegando a atingir 10 vezes o limite superior normal. Os níveis de AST aumentam dentro de 6 a 10 horas após o infarto, atingindo um valor máximo em 12 a 48 horas, voltando aos níveis normais em 3 a 4 dias, se não ocorrer novo infarto. No entanto, a AST é muito menos específica do que a CK-MB para o diagnóstico do infarto do miocárdio.
  • Desidrogenase láctica (LDH) - também é usada como marcador de IAM. Níveis elevados são observados na maioria dos pacientes com IAM, embora o grau de elevação não seja tão grande como o da CK, ele persiste por 10 a 14 dias.
      Na prática clínica são utilizados as troponinas e a CK-MB nas 12 primeiras horas para diagnóstico e avaliação de pacientes com suspeita de síndromes coronariana agudas e o acompanhamento da curva de CK-MB nos paciente com diagnóstico de infarto.


Ecocardiograma
      A ecocardiografia frequentemente evidencia comprometimento miocárdico segmentar, ou seja um segmento do coração não contraindo devidamente. O ecocardiograma com Doppler obtido na beira do leito em pacientes com diagnóstico ou suspeita de infarto agudo do miocárdio tornou-se procedimento rotineiro de grande utilidade em centros que dispõem desta facilidade. Na emergência o método presta-se, de início, ao diagnóstico diferencial da dor torácica, afastando a possibilidade de outras patologias como estenose aórtica, hipertensão pulmonar aguda, prolapso da valva mitral, pericardites com derrames, entre outras. O Ecocardiograma é ainda mais relevante nos casos de IAM complicados com insuficiência cardíaca ou choque cardiogênico, por permitir identificar as causas destas complicações e acompanhar sua evolução.


Angiografia 
      A angiografia é um exame bastante útil para visualização direta de vasos acometidos. Permite visualizar a artéria (ou as artérias) ocluída e o grau de oclusão. Este grau de oclusão é expresso por porcentagem de estenose, que é feito pela comparação do segmento mais estreitado com o segmento distal ou proximal de espessura normal.
      Um estreitamento maior que 70% do diâmetro é considerado significante. Estreitamentos menores do que este grau não costumam provocar alterações importantes no fluxo coronário, não sendo prováveis causas do infarto. O procedimento costuma ser seguro, mas está sujeito a sérias complicações. É exame imprescindível quando se tentará restituir o fluxo de sangue a área de infarto, seja por Angioplastia, seja por Cirurgia. Não é feito apenas quando o risco de sua realização é maior que o possível benefício que traria.

Complicações
      O infarto é um processo de necrose, morte celular. Imediatamente após sua ocorrência se inicia o processo de cicatrização local e readaptação do miocárdio restante as necessidades do corpo. Se não surgirem complicações, após alguns meses o processo cicatricial estará completo.
  • Podem, no entretanto, ocorrer outras doenças decorrentes do infarto. São as chamadas complicações pós infarto.
  • Sua gravidade se encontra dentro de uma faixa bem ampla de possibilidades, desde a morte súbita ou incapacidade permanente, até a ausência total de consequências para a vida futura do infartado.
      São complicações possíveis:

Tratamento
      Devem-se levar em conta as características da dor, os antecedentes de doença cardiovascular, idade e fatores de risco na determinação da conduta inicial do paciente ao serviço médico. Com base nessa clínica, no ECG e nos marcadores séricos de necrose, obtém-se a estratificação inicial do risco para óbito ou IAM. Medidas básicas iniciais devem incluir: obtenção dos sinais vitais, oxigenação por cateter ou máscara, obtenção de acesso venoso, monitorização do risco cardíaco e saturação de O2, administração de 200 mg de aspirina por via oral, nitrato sublingual 5 mg, obtenção de ECG, administração endovenosa de morfina em situações de dor intensa sem melhora com nitrato. Pacientes candidatos a terapêutico para recanalização coronariana, farmacológica ou mecânica são aqueles em que o ECG mostra-se supradesnivelamento do segmento ST que não reverte após a administração de nitrato ou com bloqueio completo de ramo esquerdo novo. Paciente de alto risco para IAM, que devem ser encaminhado para Centros de Terapia Intensiva, são aqueles cujo ECG se mostra com um infradesnivelamento do segmento ST além de 1 mm ou ondas T invertidas com alta voltagem em múltiplas derivações. Alternativa para esses paciente é o uso de drogas endovenosas para estabilização de quadro clínico e o estudo cinecoronariográfico precoce em até 24 horas (imediatamente em casos refratário a medicação inicial). O tratamento farmacológico se faz com várias drogas atuantes em diferentes mecanismos da doença. Dentre os antiplaquetários podemos destacar a Aspirina (ação por inibição da ciclo-oxigenase no metabolismo do ácido aracdônico), os derivados tienopiridínico (antagonistas da ativação plaquetária mediada pelo ADP, clopidrogel, ticlopidina) e os antagonista dos receptores glicoproteicos IIb-IIIa (abciximab). Dezenas de estudos já comprovaram os efeitos benéficos da aspirina como conduta inicial, correlacionada com o menor grau de mortalidade, associada ou não a estreptoquinase.
      Outra classe de medicamento útil no IAM são os antitrombínicos que têm ação sinérgica com os antiplaquetários. Podemos destacar as heparinas que atuam acelerando a ação da antitrombina circulantes, precipitando a inibição da trombina IIa e dos fatores IX e Xá. Medicamentos anti-isquêmicos têm função importantíssima no controle da sintomatologia do paciente. Os Nitratos têm seus efeitos benéficos através da redução da pré-carga e pós-carga, diminuindo o consumo de oxigênio, atuam também por diminuição do vasoespasmo coronariano e tem potencial inibição da agregação plaquetária. Os Betabloqueadores diminuem o consumo de oxigênio pelo miocárdio, controlando a frequência cardíaca e a pressão arterial, reduzindo a contratilidade. Podemos destacar metoprolol, propranolol. As contra indicações do seu uso é o broncoespasmo, hipotensão, bradiarritmias e insuficiência ventricular esquerda. Também são medicamentos bastante estudados em pesquisas multicêntrincas, que determinaram uma diminuição significativa em casos de infarto e óbito.
      Antagonistas dos canais de cálcio atuam bloqueando a entrada de cálcio nas fibras miocárdicas, reduzindo a contratilidade e, consequentemente o consumo de oxigênio, atuam também nas paredes de vasos promovendo a vasodilatação e melhorando o fluxo coronariano para áreas isquêmicas. Inibidores da Enzima convertora da Angiotensina (iECA) têm se mostrado benéfico na prevenção de óbito, infarto e AVC em pacientes com doenças ateroscleróticas prévias com comprometimento coronariano. Também se beneficiam os portadores de cardiopatia isquêmica na medida em que controlam a hipertensão arterial, e são essenciais no tratamento da insuficiência cardíaca.4 Três estudos multicêntricos conseguiram demonstrar os benefícios dos iECA na prevenção da mortalidade a curto prazo.

Tratamento de Reperfusão
      É importante salientar que o tratamento do paciente com IAM já instalado baseia-se na reperfusão cardíaca precoce e restabelecimento da vitalidade das artérias coronarianas. Nesta etapa o tratamento é múltiplo e com abordagem farmacológica e cirúrgica.
      Os trombolíticos devem ser usados precocemente, até 6 a 12 horas do início da sintomatologia, com cuidado para as contra-indicações absolutas: AVC hemorrágico prévio, neoplasia intracraniana conhecida, sangramento interno e suspeita de dissecção de aorta. Cuidado também para com os pacientes de idade acima de 75 anos pelo aumento de risco de AVC. Atualmente na prática clínica existem duas drogas trombolíticas para uso de rotina, a estreptoquinase e ativador tecidual de plasminogênio (t-PA).
      Uma vantagem da estreptoquinase é seu baixo custo. Deve-se evitar nova administração desse trombolítico por pelo menos 2 anos devido a chance de alergia, não se associa a heparina de rotina devido ao risco aumentado de sangramentos.
      Os t-PA devem ser usados em infusão acelerada e combinada com heparinização plena, é o trombolítico mais eficaz para recanalização coronária precoce, obtém-se maior patência do vaso em curto período de tempo. Seus custos ultrapassam bastante aos da estreptoquinase e com riscos ligeiramente maiores para hemorragia intracraniana.


Angioplastia por balão
      Outra abordagem no paciente com IAM é a angioplastia primária, realizada entre 6 a 12 horas de início dos sintomas. Essa terapêutica é uma alternativa ao tratamento com trombolíticos para reperfusão imediata do miocárdio isquêmico. A taxa de abertura da artéria ocluída é significantemente maior com a angioplastia primária do que com trombolítico. No entanto, a tradução dessa vantagem em benefício clínico não tem mesma magnitude. Importantes estudos revelam que pacientes tratados com angioplastia primária têm menos incidência de morte, reinfarto e doença cerebrovascular agudas aos 30 dias do infarto, mas que em 6 meses a 1 ano essa vantagem desaparece.
      Contudo, mesmo no pior quadro, a angioplastia primária é no mínimo equivalente à terapia trombolítica e pode ser indicada formalmente se o paciente tem contra-indicação a esta última.
      A vantagem da angioplastia em relação a terapia trombolítica são:
  • Patência arterial precoce superior a 90%
  • Melhor manutenção de fluxo coronariano pleno.
  • Menor lesão de reperfusão
  • Melhora da função ventricular
  • Redução da mortalidade no choque cardiogênico
  • Redução das taxas de reoclusão, reinfarto e mortalidade hospitalar.
  • Menores taxas de mortalidade, de eventos isquêmicos e de insuficiência cardíaca em longo prazo.
  • Menor risco de sangramento e AVC.
      A angioplastia de salvamento é recomendada nos casos de insucesso do tratamento trombolítico, caracterizado principalmente como persistência do supradesnivelamento de ST e/ou da dor precordial. O advento dos stents e o uso de potentes antiplaquetários têm contribuído para um sucesso ainda maior da angioplastia. Estudos comparativos demonstraram as vantagens do tratamento angioplástico em relação ao trombolíticos, em se tratando de morte por reinfarto, proporcionando melhor conforto e estabilidade ao paciente.

Reperfusão Coronária
      Tratamento que visam recuperar a circulação (reperfusão) até 6 horas após a oclusão permitem o salvamento das células sob risco que ainda não necrosaram. Como o processo é contínuo, quanto mais precoce a intervenção, mais músculo é salvo no final do processo.
      Por outro lado, a reperfusão acelera a necrose daquelas células que apresentam lesões irreversíveis, porém não parece acrescentar riscos adicionais àquelas com lesões reversíveis.
      A reperfusão instabiliza ainda mais o coração, mas suas complicações são tratáveis em Unidades de Terapia Intensiva especiais, as (Unidades coronarianas).
      São riscos da reperfusão:
  • Lesão celular letal em células ainda viáveis.
  • Lesão vascular pelo fenômeno de no-reflow e perda da reserva vasodilatadora
  • Miocárdio atordoado, que é uma prolongada disfunção contrátil pós-isquêmica.
  • Arritmia de reperfusão, associada a sobrecarga de influxo de cálcio celular no tecido necrótico e à produção de radicais livres

Prognóstico
      O prognóstico, ou seja, a previsão de evolução, será tanto mais favorável quanto menor a área de infarto e mais precoce o seu tratamento.

Prevenção
      A prevenção do infarto do coração passa pela promoção da saúde e pela prevenção de doenças relacionadas como a apneia do sono, a arterioesclerose, o diabetes, a dislipidemia e a hipertensão arterial.